É incrível, mas às vezes eu me deparo com coisas que eu falo e/ou escrevo e me dou conta do quanto tal frase poderia liberar um rio de palavras e sentenças e períodos… O grande problema é muitas vezes uma falta de caneta e papel à mão, só pra anotar e não perder o fio.
Foi o que aconteceu agora à tarde, na verdade entre 11:00 am e 12:00 pm; eu estava saindo do trabalho e de repente me ocorreu aquele “estalo”, aquele insight do tipo genial, e eu disse “é isso”. Escrevi nos drafts do celular. Felicidade? Talvez.
Fui almoçar e esqueci meu celular no trabalho; para acabar de completar a minha (des)graça, todo o quadro de “desolação” ou algo do tipo, a minha chefe está em João Pessoa/PB, e o senhor que fica com as chaves do local não vem no período da tarde.
– Hey, celular? Só amanhã!
Humm… Só me resta escutar Stevie Ray Vaughan num blues chorão e tentar esboçar alguma tristeza pela falta do tema anterior desse texto, além de constatar o quanto somos governados pela ditadura do tempo, que nos faz, pelo menos a mim, esquecer de alguns detalhezinhos (o celular, por exemplo) nessa louca e corrida vida nossa de cada dia.
Sob uma óptica cristã, por causa da maldita ditadura do tempo, muitas vezes nos “esquecemos” das prioridades interiores que deveriam tomar o lugar que lhas é devida, fazendo assim com que o cultivo da espiritualidade seja algo secundário, ou tome baixas proporções na nossa vida .
Não é só o fato de manter um período de silêncio, ler a bíblia e orar; é algo mais…
É escutar nada à não ser o silêncio; esperar a alma chegar de uma corrida aparentemente interminável, muitas vezes; é se render Àquele que quer trazer ao nosso coração a lucidez tão pretendida e a calma, às vezes já esquecida à nossa mente.
É se desligar do mundo para se ligar ao Eterno com toda alma e coração, reconhecendo, por fim, a necessidade, a dependência de Sua vontade para fazer com que as engrenagens da vida funcionem; e funcione melhor a cada dia.
Não sei se esse é o melhor texto sobre administração do tempo que você está lendo, mas nele pondero algo que estou vivendo nesse momento e que me fez pensar sobre as minhas “prioridades interiores”.
É triste, mas necessário dizer, que às vezes precisamos esquecer, propositalmente ou não, os nossos “celulares” ou qualquer outra coisa que nos ligue ao exterior (coisas e pessoas) para percebermos o quanto é importante o cultivo de uma vida interior sadia. Essa, segundo muitos, é a saída para lidarmos melhor com o dia-dia, com a ânsia, a insatisfação e a nossa correria diária (bem familiar esse trecho, não?).
E aí? Será que não está na hora de você desligar seu “celular” hoje?